terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

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Hoje dia 28 de Janeiro de 2015 completa 203 anos que Orgulho e Preconceito foi publicado pela primeira vez. Eu não fazia ideia dessa informação até hoje de manhã, mas foi como um sinal que me encaminhou para a resenha de hoje. Terminei a leitura deste livro pela primeira vez ontem e não poderia deixar de contar para vocês tudo o que senti e refleti sobre esse romance.
Orgulho e Preconceito
Autora: Jane Austen
Editora Saraiva de Bolso
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Sinopse: Orgulho e preconceito é o mais popular dos romances de Jane Austen. A jovem Elizabeth Bennet, que se julga desprezada por Darcy, jovem rico e orgulhoso, começa a se interessar pelo belo militar Wickham. Em lugar do simples enredo sentimental, o texto de Austen focaliza uma questão mais complexa em que se misturam a razão, o sentimento de gratidão e suas implicações e, especialmente, a desconfiança com relação às primeiras impressões.
Há muito tempo venho procurando um romance que me agrade ao ponto de terminar a leitura e querer abraçar o livro, os personagens e a história. Tem sido algo tão difícil de encontrar, basta olharmos vários dos romances contemporâneos que circulam por aí, parece que o fator romantismo caiu em desuso assim como não está mais presente na vida real. Autores que tratam de amor nos expõe casais conturbados, frívolos e que parecem não se ater as coisas simples, sempre transformando tudo em um grande drama. Orgulho e Preconceito me fez apreciar um amor que é construído com o tempo, me fez entender o porque de os fins justificarem os meios. Nada nesta narrativa acontece repentinamente, Jane Austen nos leva a compreender o sentimento de Elizabeth e Darcy, nos faz acompanhar gradualmente a mudança desses sentimentos e o modo como ele começa completamente avesso e passa a ganhar forma com os acontecimentos.

O que é mais espantoso é que diante de todas as leituras que fiz em toda minha vida, um livro tão antigo tenha se tornado o mais surpreendente de todos. Ele esteve durante anos ali apenas me esperando enquanto eu o ignorava em benefício de leituras que não me agradariam de todo. Os sentimentos e relações externado neste livro são justamente o que eu sempre esperei dos romances que leio e que sempre me decepcionaram. Eu não poderia estar mais do que encantada. Mas isto nem é o mais importante desta obra, Austen faz um retrato de sua época que é impossível contestar, utilizando de muita ironia ela explora os preconceitos e atitudes da sociedade na qual estava inserida, além disso ela utilizou suas ideias e ironia para expor a condição da mulher como persona subserviente, submetida a autoridade masculina. 

Porém, Austen extrapola esse conceito através de suas personagens, principalmente ao olharmos mais atentamente para a família Bennet, através das diversas personalidades das mulheres da família ela traça um retrato da condição feminina no século XIII. Seus caracteres são tão distintos e bem desenvolvidos que é possível senti-los, como se os conhecemos desde sempre. As irmãs Bennet são o retrato claro de que Jane Austen procurou apresentar personagens femininas de mentes independentes e ousadas para sua época, se bem que apenas uma parcela dessa família se mostra tão racional, já que a outra metade é o retrato claro de como a mulher poderia ser tola e indiferente diante das injustiças femininas.

Contudo, Orgulho e Preconceito não se ampara apenas em favor das críticas comportamentais da sociedade e é neste momento que volto a falar do romance. Em um primeiro momento da narrativa a coisa que seria menos provável é o envolvimento romântico de Elizabeth Bennet e Mr. Darcy. Eles são de certa forma completamente opostos, e mutuamente desagradáveis um com o outro. Mas torna-se impossível não passarmos a querer um final feliz. Lizzy é inteligente e espirituosa, porém em certos momentos bastante obtusa com sua opinião precipitada sobre o caráter das pessoas, uma personagem forte e decidida e dá-se a perceber o quão teimosa é durante a narrativa. Já Mr. Darcy apesar de desagradável no início ao poucos vai deixando seu verdadeiro caráter transparecer e se torna tão apaixonante e abnegado que nos conquista mesmo em seus momentos mais taciturnos.

Abro um espaço aqui para falar sobre a capa desse livro. Ela pode parecer desagradável aos olhos de alguns, mas o desenho retratado nela é o único retrato original de Jane Austen, uma aquarela feita por Cassandra Austen sua irmã. Para mim, isso torna a obra como um todo muito mais significativa. Quanto a linguagem é necessário um pouco mais de atenção, pois não é uma leitura a qual quem não lê clássicos esteja acostumado, mas também não é um bicho de sete cabeças. A narração é feita em terceira pessoa e abrange o pesamento dos personagens secundários, isso dá uma dinâmica na leitura e colabora muito para amarmos Mr. Darcy.

Enfim, Orgulho é Preconceito é hoje o melhor livro que li em minha vida, através da sua leitura eu passei por diversos sentimentos, fui da mais pura irritação a mais intensa emoção. Ainda agora me pergunto como uma história pode ser capaz de me fazer rir desavergonhadamente e chorar emocionada ao mesmo tempo? Ainda não obtive resposta. E quando infelizmente cheguei ao final desta leitura só queria voltar a primeira linha e me dedicar novamente a esse romance tão real e significativo. É uma história que irei recomendar por toda a minha vida e com certeza lerei mais um milhão de vezes.
Melhores Quotes:

"Quanto mais eu conheço o mundo, menos ele me satisfaz, e cada dia vejo confirmada a minha crença na inconsistência de todos os caracteres humanos e na pouca confiança que se pode depositar nas aparências do mérito ou do bom senso."

"Como foi mesquinha a minha conduta!," exclamou", eu que me orgulhava tanto do meu discernimento, da minha habilidade! Eu, que tantas vezes desdenhei a generosa conduta da minha irmã, e gratifiquei a minha vaidade com inúteis e censuráveis desconfianças. Como é humilhante esta descoberta! Mas como é justa esta humilhação! Eu não poderia ter agido mais cegamente se estivesse apaixonada! Mas a vaidade, não o amor. foi a minha loucura! Lisonjeada com a preferencia de uma pessoa e ofendida com a negligência da outra, logo no início das nossas relações cortejei a parcialidade e a ignorância e expulsei a razão. Ate este momento eu não conhecia a minha verdadeira natureza."

"Todos gostamos de instruir os outros, embora só possamos transmitir o que não é digno de ser ensinado."
 

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